Vacas gordas


Autor: Estela Golovchenko
Título original: Vacas gordas
Páginas: 24
Personagens: 1m + 1h

Sinopse:
O armazém-frigorífico abandonado alude a um passado próspero, mas que não foi bem pensado. Deu ocupação, mas não deu possibilidades de crescimento intelectual. No dia em que a fábrica de alimentos foi encerrada, a sociedade que dependia dessa fonte de rendimentos ficou desarmada, pois não estava preparada para seguir em frente através de outros meios ou empreendimentos. O armazém-frigorífico provia os seus empregados com carne fresca, mas não os subjugava a uma realidade automatizada e dependente. Isto supõe uma reflexão sobre aquelas sociedades, cujo sistema mata o espírito empreendedor, criando verdadeiros escravos submissos.
A autora apresenta-nos uma peça rigorosa, sem prescindir de uma quota de humor e ternura, que dota o texto de um voo poético assaz emotivo.

Preço: 7€

Vocabulário

Autor: Paco Romeu
Título original: Vocabulario
Páginas: 16
Personagens: 1m + 1h

Sinopse:

A nossa língua é também o nosso refugio. Vivemos comodamente resguardados por trás das nossas frases feitas, por trás do nosso sotaque e por trás de todo esse complexo sistema de convenções a que Wittgenstein chmou “dupla articulação da linguagem”. Mas, que acontece se de repente prescindirmos dessa proteção e enfrentarmos o mundo a partir de uma língua nova, voltando a atribuir um nome a cada coisa, a cada ação, a cada sentimento, palavra a palavra, desde o princípio? Vocabulário é uma história de amor e linguagem (e de amor à linguagem). Xiaoyan e Werner, duas personagens que já na esperam nada da vida, empreendem, juntos, uma odisseia que os levará até ao mais profundo de si mesmos, armados com “palavras novas, palavras como flores” que lhes estalarão entre os lábios, carregadas de um entusiasmo e uma inocência que já pensavam definitivamente perdidos.

Preço: 4€

Valentina e a sombra do diabo

Autor: Verónica Maldonado
Título original: Valentina y la sombra del diabli
Páginas: 14
Personagens: 1m + 1 (2)h

Sinopse:
No imaginário das crianças, poucas coisas há que expressem tanto terror como a famosa morte do Bambi, cena que se tornou numa espécie de símbolo do sofrimento, e a que muita gente que não viu o filme se refere. Com o passar dos anos, quando voltei a vê-lo, pareceu-me toda ela, não obstante, totalmente ridícula.
Antes, para os adultos contemporâneos – como agora se chama aos quarentões -, esse processo de maturação como público assumia aspeto de destaque. Sem ir mais longe, havia antigamente no cinema uma classificação “D”, para maiores de 21 anos. Para as crianças e jovens de agora, esse caminho é uma questão de meses. Esse desenvolvimento rápido, quase próximo da ficção científica, permitiu que, entre outras coisas, para sorte de todas aquelas pessoas que gostam de bom teatro, se abra o leque de oferta.
Esta peça dá um passo nessa vereda, impõe austeridade e rigor a temas difíceis de tratar em cena e fá-lo com o melhor dos recursos: clareza da situação, engenho no diálogo, universo plástico sugestivo; poucas personagens, muito teatro. A autora consegue uma peça de sabor claramente mexicano, obscuro e brilhante ao mesmo tempo; a precisão das didascálias tem a virtude conhecer as tripas da operação cénica. Por isso, é viável e eficaz. O estado de espírito que emerge neste texto é, como diz uma das personagens, como o pão da tristeza: “escuro e duro”. Como o pão também, indispensável para caminhar e seguir em frente.


Preço: 4€

Uma foto para a eternidade


Autor: Germán Ubillos
Título original: Una foto para la eternidad
Páginas: 44
Personagens: 3m + 3h

Sinopse:
“Firmino – Parece muito feliz. Qual é o seu segredo?
Carmina – Ter a consciência tranquila e dormir bem, não ter digestões pesadas…, caminhar.
Firmino – Eu durmo mal, tenho o sono irregular, o trabalho mental esgota-me.
Carmina – Você acha que os artistas e interior público lho agradece? O público preocupa-se com os problemas, os seus interesses. Se você adoecer, esquecem-no num abrir e fechar de olhos, demais a mais num país como este. Além do mais, há imensa gente que nem sequer sabe que existem profissionais como você. Gostam de umas boas costeletas, de viajar, fornicar, ter apartamentos e chalés e coisas do género; a fantasia fica metida num cantinho, e a cultura também; são coisas vetustas, poeirentas, relegadas para o sótão. Não sei se sabe que há anos, há muitos anos, se dava muito valor a quem tinha uma carreira, estudos superiores, veneravam-se os sábios, os cientistas, os catedráticos. Agora? Coitados, são como múmias com teias de aranha, desperdícios humanos, relíquias…”

Preço: 8€